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Foto do escritorjaneteanderman

Liberdade de dizer tudo e o setting terapeutico

Atualizado: 12 de dez. de 2024





Temos uma palavra de origem grega - parrhesia - que em tradução livre significa a liberdade de dizer tudo. Essa liberdade confiante, no dia-a dia, ou numa palestra pública, pode ser interpretada como fraqueza, ou coragem. Entre terapeuta e cliente/paciente, é onde cria-se um vínculo e a terapia se desenvolve. A palavra, ligada a emoção que a ela empenha é a principal linguagem, e o trabalho do terapeuta é interpretá-la encontrando os seus significados, junto ao paciente, e dentro de eventos traumáticos ressignificá-las.


Michel Foucault, interpreta a paresia como coragem da verdade, naquele que fala e assume o risco de dizer, toda a verdade que pensa.


No set, cria-se uma intimidade onde o terapeuta é testemunho neutro das palavras e seus contextos. Tudo é permitido ser dito. Não existe julgamento. O paciente é uma alma que se expressa e é acolhida. Cabe ao terapeuta ampliar e também trazer outros significados de acordo com a crença e entendimento de seu paciente. Criando um lugar onde a dialética acontece.


Aliás a terapia acontece nessa troca. Sendo assim muito importante confiar no processo, além de dar match. Ou seja, cliente e terapeuta precisam estar alinhados dentro da terapia.


Eu, Janete Anderman, precisei caminhar por alguns terapeutas para encontrar um lugar onde me senti realmente acolhida, confiando na minha intuição de que estaria tudo bem dizer tudo o que penso e sinto. Assim desenvolvendo também meu próprio set dentro do estudo na psicoterapia junguiana.


É assim que a psiquê funciona. Um estado selvagem, em que é permitido rugir de raiva, e acolher tudo o que se sente. Esse estado de liberdade, que muitas vezes as pessoas não encontrar dentro de seus núcleos sociais, pode ser encontrado na terapia. Por isso é tão importante e sagrada uma sessão.


E você está preparado a soltar a voz e encontrar seu movimento dentro daquilo que a sociedade julga não poder ser dito?

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